Bullying

Para começar essa minha crítica, cito umas palavras da minha avó: "Depois que sairam notícias de que o presidente Lula tem/tinha bucite, qualquer dorzinha que as pessoas tem no ombro, é bucite!". É engraçado que depois que uma doença, manifestação ou qualquer outra coisa é criado um nome para ela, sempre será mencionada e lembrada. Posso citar exemplo da gripe H1N1 (gripe suína), gripe do frango, e outras gripes de animais.

Como também é o caso do chamado "Bullying". Bullying?! Que diabos é isso?! Dentre os estudantes de hoje em dia, a maioria conhece esse termo que está sendo alvo de debates, reuniões e alerta nas escolas do Brasil.

Mas na minha época (apesar de não ser tão velho assim...), na época dos meus pais e avós, nunca que isso seria conhecido. Porém sempre existiu. Qual criança que nunca passou na escola por uma situação de humilhação, ameaça e/ou intimidação?

Comigo aconteceu também, claro, mas era só falar para a professora, supervisora ou diretora da escola: "Tia, ele ta mexendo comigo!", o aluno receberia algum tipo de advertência e tudo se resolvia (aparentemente naquele momento). Mas eu também nunca fui de me excluir socialmente, chorar pelos cantos ou me sentir inferior aos outros, pelo simples fato de um "coleguinha" meu me chamar de gordo.

Mas hoje, essa situação está ficando séria e está crescendo de forma avassaladora nas escolas. Nos EUA uma criança suicidou pelo fato de receber ameaças e agressões nas escolas. E recentemente, no Rio de Janeiro, o governo sancionou uma lei que obriga diretores de todas as escolas públicas e particulares do Estado a notificar a polícia e ao Conselho Tutelar em casos de bullying, e caso a medida não seja cumprida, os estabelecimentos podem pagar de 3 a 20 salários mínimos.

Vou tentar analisar essa medida, pois acho que será motivo de controvérsias.

Tudo bem que o Estado quer que o Bullying, que está cada vez mais crescendo nas escolas, seja amenizado impondo leis às instituições. Mas será que isso realmente é caso de polícia? Será que os pais de crianças que cometem esse tipo de ameaça, agressão física ou verbal, não os ensinou que não se deve humilhar outras pessoas? Será que eles também não sabem impor limites aos seus filhos e, dependendo da situação, poder castigá-los (mas só castigo ok? até porque a "palmadinha" foi proibida...) para que eles não cometam isso novamente? Essas crianças, pelo visto, não tem ou tiveram bons exemplos a seguir.Uma boa conversa entre pai e filho pode ajudar também. Mas existem pessoas que dizem: "Ha, mas são só crianças.", "Criança é assim mesmo. Depois passa...".

E me ponho no lugar dos pais daqueles que são vítimas de bullying: "Poxa, eu deixo o meu filho na escola, lugar em que se aprende, pra que ele sofra agressões de colegas? E os diretores, professores não fazem nada contra esse aluno que pratica o bullying?"

Segundo psicólogos e psiquiatras, o motivo pelo qual levam crianças e adolescentes a desenvolverem tais atitudes são variados, mas geralmente, ligados à revoltas. Eles também alegam que a prática do bullying se deve à sociedade contemporânea , que está mais individualista e competitiva, o que mexe profundamente com as relações humanas, hoje alienante.

Creio que o principal erro está dentro de casa. Alguns pais criam seus filhos sem impor limites, comprando tudo o que eles querem e fazendo-os todos os "mimos". E isso acarreta, no futuro, a um adolescente rebelde (E sou rebelde...) e sem limites. Como em casos que estamos cansados de ver em televisões e jornais de jovens que não respeitam seus pais, agridem-os, matam-os, e cometem outras atrocidades.

Você pode estar achando que estou sendo meio radical, falando essas coisas. Mas na minha concepção isso é o que acontece, essa que é a realidade! Graças a Deus meus pais me deram uma boa educação e sei muito bem o que certos atos que eu possa cometer, sempre terá uma consequência, sendo ela boa ou ruim para mim.

Acho que o problema do bullying tem jeito sim. E pode se resolver. É com o envolvimento de todas as autoridades das escolas e principalmente a família.

Sanderson Aron